Senra, A.S.1; Sial, A.N.2; Paciullo, F.V.P. 1; Ribeiro, A1.
1. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 21949-900, Brasil. aracy@geologia.ufrj.br 2.Universidade Federal de Pernambuco, 50670-000, Brasil. ans@ufpe.br
ABSTRACT A thick to thin bedded carbonatic sucession including white and gray marble with biotite phyllite interlaminations occurs at Carandaí region, southern Minas Gerais, as part of the Mesoproterozoic Carandaí Megasequence. Preliminar carbon and oxygen isotopic data from part of this sucession (“Barroso limestone”) is presented here and compared with the Paranoá Group carbonate data. The data show positive values and conspicuous fluctuations for *13CPDB (–0,37 to +9,24‰) and no fluctuations for *18OPDB values (–5,24 à –9,92‰),which increase negatively to the top. The former is interpreted as a disturbance induced by metamorphism. The latter is very similar to that proposed for the Paranoá Group carbonates reflecting possible correlation.
Palavras-chaves: Isótopos estáveis, metacalcários, mesoproterozoico
INTRODUÇÃONa região de Carandaí, sul de Minas Gerais, a sucessão metassedimentar proterozóica é constituída por duas seqüências deposicionais, da base para o topo: 1- Seqüência Barroso, constituída por diamictitos e filitos pretos na base e espessa sucessão de metacalcário com biotita filito subordinados no topo; 2- Seqüência Prados, essencialmente pelítica, incluindo sucessão de pares metassiltito-metargilito (turbiditos pelíticos), filito grafitoso e filitos cinzentos. O limite basal da Seqüência Barroso está representado pelo seu contato com rochas arqueanas e paleoproterozóicas (sucessões greenstone e granitóides, respectivamente) do embasamento, representando antiga discordância angular e litológica. O limite superior está representado por uma superfície paleokárstica bem marcada e de caráter regional, representando uma antiga desconformidade. As duas seqüências deposicionais constituem a Megasseqüência Carandaí. Na região de São João Del Rei, os metassedimentos da Megasseqüência Carandaí estão assentados em discordância angular sobre sucessão quartzítica paleoproterozóica da Megasseqüência São João Del Rei e sobre sucessão greenstone e granitóides arqueano-paleoproterozóicos. Recobrindo os metassedimentos da Megasseqüência Carandaí encontram-se filitos cinzentos e biotita xistos da Megasseqüência Andrelândia. Os metassedimentos proterozóicos estão metamorfoseados em fácies xisto-verde com biotita e estruturados em um sinformal sinclinal aberto com eixo inclinado para WSW que ocorre desde de Carandaí até São João Del Rei e um antiformal anticlinal aberto com eixo inclinado para ENE (Trouw et al., 2000; Andreis et al., 2000; Senra, 2002; Ribeiro et al 2003) (Fig. 1). Dados isotópicos Sm-Nd de diques máficos que não cortam metassedimentos da Megasseqüência Carandaí e zircões detríticos da Megassequência Andrelândia (Valladares et al., 2004; Valeriano et al., 2004) sugerem o intervalo entre 1,3 e 1,0 Ga para a deposição das sucessões Barroso e Prados. Este trabalho mostra um perfil preliminar de isótopos estáveis de carbono e oxigênio nos metacalcários da Seqüência Barroso, expostos na pedreira da Mineração Tupi, em Pedra do Sino, Carandaí. METACALCÁRIO BARROSOEsta unidade é constituída por camadas delgadas a espessas de metacalcários brancos e cinzentos com interlaminações de biotita filito carbonático (margas). Para o topo, as interlaminações pelíticas tornam-se escassas. A sucessão é interpretada como depósito de plataforma carbonática em margem continental intraplaca (Senra et al., 2004). |